o prazer [e a dor] de criar


Quando eu, há mais ou menos um ano atrás, me meti nesta aventura de criar, não fazia ideia que ia experienciar [do inglês, experience] duas emoções tão avassaladoras, porém tão opostas, que são: o prazer e a dor. Não sabia que sorrisos e lágrimas iam andar a par e passo, juntos, entrelaçados, a confundir-me as ideias. Que as perguntas, quase sempre, acarretam angústias. E que as respostas, quase sempre também, eu encontro quando penso com o coração e sinto com a razão, e não o inverso.

Suspeito que não sei [ainda, espero] gerir as emoções de forma mais equilibrada. Tenho para mim que os genes que me saíram na rifa dão-me tanto de força como de fragilidade, contribuindo [de certa medida, pelo menos] para as contradições da minha personalidade: as variações de humor, os altos e baixos na fé, a eterna dúvida. São estados, são passageiros. Nem sempre se identificam à primeira vista, mas estão lá, porque fazem parte do meu ser; e quando tomam conta de mim provocam angústia, tristeza, dor.
p.txt-6Mas depois há o prazer. O brilho nos olhos, ainda que ceguetas e cansados. Antes, quando falava com os meus amigos corajosos que montaram o seu próprio negócio, via neles tal energia e positivismo que se tornava cada vez mais claro, para mim, que também eu queria tentar. Também eu queria saber o que é criar algo do zero, sentir essa satisfação, viver a emoção do processo e poder dedicar-me a algo que me preenche e faz feliz. Um ano depois de ter ganho coragem eu posso dizer: já sei. Porque criei.

Então o que me falta? Por que razão tenho tanta dificuldade em lidar com [e aceitar] a estranha combinação de emoções – orgulho, dúvida, medo, entusiasmo, tristeza, felicidade – que o caminho que tomei me impõe? Será que alguma vez vou ser capaz de atingir a perfeita serenidade? Não sei. Tal como não sabia, há mais ou menos um ano atrás, quando fiz nascer uma filha, um blog e uma marca de roupa de bebé, que a natureza se iria encarregar de me fazer ver que o prazer, a alegria e o contentamento serão, sempre, superiores à dor.

 

[mais um cheirinho das nossas férias de verão, em Milos]

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4 comentários a “o prazer [e a dor] de criar”

  1. a resposta é sim, vais encaixar tudo com serenidade… o tempo encarrega-se disso tudo.
    beijo
    voltem sempreeeee

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