Dou conta que já não vinha a Lisboa, assim sozinha, há cerca de um ano. Venho num pé e regresso no outro, o que é fisicamente [e agora logisticamente] exigente mas, ainda assim, é bom, muito bom.
Tenho uma paixão infinita por Lisboa. Mas não foi amor à primeira vista, não se julgue. Vir para cá estudar, em 1996, foi como fazer um erasmus no meu próprio país. Custou-me. Não odiei, mas também não amei. Porém, 5 anos depois, talvez por entretanto ter vivido 1 ano fora, deu-se o fenómeno: apaixonei-me por esta cidade, rendendo-me ao tanto que ela me dá. Ao clima, à luz; ao património, à cultura e à arte; às tantas coisas para ver e para fazer, às coisas bonitas; aos miradouros, às esplanadas, aos bairros e à vida de bairro; aos turistas na rua, ao 28; à proximidade da praia, do Alentejo e do Algarve; a tanto, caramba!, a tanto.
A oportunidade de vir a Lisboa desta maneira é, para mim, valiosa – no meio de tanta estafa, o que fica é muito maior. É que graças aos “ossos do ofício”, nestes dois dias, pude jantar numa esplanada de Campo de Ourique, dormir na Lapa e conhecer as novas crianças, tomar o pequeno-almoço na Praça das Flores, almoçar na Avenida de Roma e ainda passar, de fugida, pelo Príncipe Real. Apreciar tudo isto faz-me voltar a mim. Recarregar energias. E depois levar tudo comigo para casa na esperança de, um dia, aqui voltar a viver.
2 comentários a “voltar a Lisboa é voltar a mim”
“Gosto de estar aqui. Aqui sou eu e apenas eu. Aqui não tenho qualquer família, portanto não sou filha, não sou irmã, não sou neta, não sou sobrinha. Não sou mãe nem mulher, deixei os meus dois amores em casa. Não estando tão ligada, sou mais livre. Não estando tão perto, sofro menos. Então sou mais amiga, eles [os amigos] estão quase todos cá. Sou mais curiosa, sou mais desperta, mais ativa, mais criativa. Sou mais feliz, confesso. Porque sou muito mais eu.”
…podia ter sido isso a escrever isso… nem toda a gente entende essas palavras. Big kiss amiga
Anda masé para o Porto, carago!