Vivo num grande dilema. Bom, para ser honesta, tenho dois grandes, estruturais, dilemas na vida, mas hoje só falo de um, que é este: mantemo-nos a viver em Braga, perto da família, ou mudamo-nos para o Porto, perto do trabalho?
Já não é a primeira vez que eu desabafo, aqui no blog, sobre a necessidade de mudar as rotinas e os ritmos da nossa vida. Pois não sei se é devido ao cansaço acumulado nestes últimos 9 meses ou ao cansaço acumulado nestes 6 anos de viagens, se é falta de férias e de descanso ou um pouco de tudo e tudo junto… mas a verdade é que se está a tornar difícil continuar a levar os dias assim. São 100kms Braga-Porto-Braga de segunda a sexta, eu; 70kms Braga-Trofa-Braga de segunda a sexta, ele. É levantar muito cedo, chegar muito tarde, é muita despesa e muita hora na autoestrada, enfiados cada um no seu carro. Já tentamos [e vamos tentando] um pouco de tudo: fazer carsharing com outros colegas, usar o comboio, dar boleia um ao outro, e ir combinando estas modalidades ao longo da semana. Por um lado, ganha-se em economia; por outro, perde-se em flexibilidade. E em qualidade de vida.
Não há volta a dar. Trocarmos Braga pelo Porto tem este preço: ficar longe da família. Da minha, da dele, da nossa. A família que adoramos, na qual confiamos, que nos apoia e que participa no crescimento da Constança, todos os dias. Ora a grande questão é: qual, dos dois, o preço mais alto a pagar?
7 comentários a “o meu grande dilema”
Obrigada a todos pela partilha. Para mim, as experiências dos outros são de grande valor. Obrigada F pelo apoio e Lopo pela disponibilidade. Saber isto também ajuda muito à decisão. Decisão que será tomada pós-férias, lá para Setembro, quando regressarmos às rotinas. Mas se entretanto souberem de casa para alugar no Porto avisem 😉
Não há uma resposta certa…
mas falo da minha experiência…(afinal são 300km de distância da família) Tenho uma maior responsabilidade com os horários, simplesmente não há nada mais importante do que ir buscar a minha filha ao infantário… tenho a sorte, no meio disto tudo, do horário alargado (até às 19h30!!) que me permite esticar se for mesmo preciso (foi preciso muito muito pouco) e nos dias em que o tempo é mais curto sinto-me tão triste… porque a vida dos nossos bebés mais do que o precioso tempo com a família, é o precioso tempo connosco… que não há nada no mundo que substitua.. por isso, se é para “ganhar” tempo com a baby C*, com a vossa família nuclear (aprendi com 4D;)), Porto sem dúvida… até porque em qualquer urgência.. são só 50km… 🙂
Sigo o Blog e gosto muito, não podia deixar de comentar. Eu também tive essa vida de viagens entre Braga e Porto durante 1 ano, e depois resolvi mudar para o Porto. Mas a situação era diferente não tinha filhos e não tinha família por perto ( estão no Alentejo).
No seu caso não pensava duas vezes a família por perto. É um sufoco não ter ninguém com quem os deixar ninguém para os ir buscar ao colégio, eu sei do que falo.
Quando vim viver para o porto até senti falta da viagem daquele tempo só meu que me ajudava a organizar as ideias. Mas claro é cansativo eu sei. bjinhos
O que for bom para os pais é certamente bom para os filhos, pois eles apanham tudo por tabela: o bom e o mau.
Portanto, há que ponderar tudo muito bem.
O Porto, como cidade, e comparativamente a Braga, tem um enorme potencial. Tanto para os pais que gostam de cultura e saídas e praia e rio e parques e teatros e bares e movida e exposições e animação cultural, como para os filhos, por todas as razões acima e também pela diversidade de propostas educativas.
Quanto à habitação, é mais caro que Braga, mas poupando em gasolina e no tempo (que se traduz em dinheiro e má qualidade de vida, e stresse e, consequentemente, em saúde que acaba por também ser dinheiro) dará para encontrar algo conveniente. Claro está que depende um pouco daquilo que se vá procurar e em que sítio da cidade.
Quanto a amigos, parece que, no Porto, também não faltam…
Família com casa com baloiços e carrocel e sítio para andar de bicicleta e triciclo também não.
De resto, as relações trabalham-se e alimentam-se, mesmo à distância. Basta haver alguma vontade. E a família (avós e tios) está sempre lá. Braga também. Não fogem.
Primeiro, também há família no Porto.
Depois, família essa que sabe muito bem o que é viver numa cidade diferente daquela em que a ‘família’ vive e que não gozou de NENHUM apoio para ajudar criar um filho (algo que é possível, até mesmo quando a coisa mete himalaias de idas a urgências de hospitais, e tudo o resto que implica educar, tomar conta).
Tudo se aprende. É incrível as coisas a que a gente se habitua e se adapta.
😉
Eu posso ficar com a parte do passeio da Constança só porque sim 🙂
Poooortooooo!!!!
Eu cresci acompanhada pela minha avó – a par com o infantário a partir dos 3 anos – e não trocava isso por nada. A proximidade e cumplicidade que se desenvolve com alguém de um tempo tão diferente do nosso, a ponte que se faz com esse tempo, a bagagem histórica, emocional… décadas e décadas de vida que chegaram até mim em histórias que eu tanto gostava de ouvir.
Foi a minha querida e depois esteve na minha lista negra e depois ainda teve tempo de ser a minha melhor amiga. Não trocava isso por nada e não há visita ao domingo ou semana de férias que criem os laços que se criam com o colo diário de uma avó.
Por vocês, Porto, mas por ela… BRAGA <3