Ultimamente têm-me perguntado como é que eu consigo gerir uma marca, um blog, ter um emprego a tempo inteiro, uma bebé de 1 ano e uma vida normal. E eu respondo que, para começar, às vezes não consigo. Mas tento, todos os dias, e a resposta é sempre a mesma: trabalhando muito. Podemos dar voltas e mais voltas à questão, mas não outro segredo ou fórmula mágica além desta. Trabalhar, trabalhar, trabalhar. Nada aparece milagrosamente feito, nada é oferecido de mão beijada, tudo é resultado do nosso esforço. E quanto mais dermos, mais recebemos.
Ter a capacidade de abraçar [muito] trabalho é algo que fui ganhando, ou aprendendo, ao longo dos anos. Sempre me habituei a fazer várias coisas ao mesmo tempo, acumulando tarefas. Fiz a faculdade a trabalhar em part-time, passei os primeiros anos da carreira a fazer babysitting e agora acumulo as minhas funções como brand manager numa empresa de telecomunicações com um negócio que vou gerindo na minha sala de estar. É esta capacidade de trabalho, de pensar em muitas coisas ao mesmo tempo e de entregar muitas horas a uma causa que faz com que tudo aconteça.
E depois há a gestão do tempo. Vou daqui ali a resolver coisas pelo caminho, todos os minutos são preciosos. Nos meus dias, não há lugar para a preguiça e, muito menos, para a protelação. Faço hoje o que tenho a fazer hoje. Sou muito organizada e escrevo muitas listas para garantir que não me esqueço de nada. É raro sentar-me no sofá. Durmo relativamente poucas horas, coisa que faço mal porque sou pessoa que precisa de dormir. E também de ter momentos só para mim. Então aproveito as viagens Braga-Porto-Braga de carro e compenso-me nas sessões de shiatsu.
Mas nem sempre corre tudo bem. Lamento ter deixado o yoga no mosteiro e estou sempre a dizer que vou retomar, mas esse dia ainda não chegou. Nem o dia de voltar ao ginásio que pago mensalmente. Queixo-me muito de não saber o que é não ter alguma coisa para fazer. De não ter mais horas de lazer. E, claro, também preferia não andar sempre em contra-relógio. É cada vez mais preciosa, porque é rara, esta coisa abstrata a que se dá o nome de tempo.
Não há vidas perfeitas. Às vezes, desabafo sobre isto com a minha irmã. Ela,
que me conhece melhor que ninguém, faz-me sempre ver que eu sou assim, que não sei ser diferente e que, no dia em que nada tiver para fazer, eu vou inventar outra coisa qualquer. Chama-me a atenção para o que decidi fazer com a minha licença de maternidade, por exemplo. Sim, ela tem razão, é verdade. E é difícil de [me] compreender. Não há vidas perfeitas e há horas difíceis. Mas é nessas, em que quase me dá vontade de desistir, que a magia acontece.
Uma amiga que vem a correr a ajudar-me. Os elogios de quem me lê. Um
artigo no jornal. E a Ma Petite Princesse a voar das minhas mãos. Ontem foi um bom dia.
2 comentários a “mãos ao trabalho [e um pouco de magia fará o resto]”
Eu tiro o chapéu e bato palmas a todas as mulheres que conseguem gerir tanto e tantos ao mesmo tempo! e é quando olho para isto que penso que me queixo demais e faço de menos! 🙂 É óptimo ver as coisas que acreditamos a crescer, mesmo que isso signifique trabalho a dobrar! Obrigada por escrever desta forma, pois ajuda-me a motivar-me cada dia, é uma lufada de ar fresco ver que há pessoas assim!
Muita sorte e sucesso sempre é o que lhe desejo!
Beijinhos
Admiro imenso a sua força e a sua capacidade de trabalho! Espero um dia conseguir gerir tanta coisa. Tive o prazer de a conhecer na Lisbon Kids Market e realmente parece uma mulher cheia de força! Muitos parabéns por tudo!