Pratico o desapego do ano, que é como quem diz, ando em arrumações. Não coloquei a palavra “arrumações” no título para que não fiquem a achar que sou maníaca pelas arrumações [e falo tantas vezes no assunto aqui!], porque não sou. Quer dizer, para o Bernardo sou, mas quem me lê e conhece o Bernardo a esta hora está a sorrir para dentro e consegue imaginar que grande parte das nossas discussões doméstico-de-casal são precisamente sobre este tema: o que está desarrumado, o que eu ainda agora arrumei e que estou farta de re-arrumar.
Dizia: ando em arrumações. Ontem aproveitei o facto de estar em casa com uma constipação de caixão à cova e que o B. também está mais livre para pormos a papelada em dia. Nossa! A quantidade de revistas e papel e papelinhos e cartões de restaurantes e lembranças e ceninhas das viagens que uma pessoa guarda e depois nunca mais faz nada com aquilo. É impressionante. Portanto arrumar, limpar e deitar fora é necessário, ainda que custe um bocado. Repito para mim própria: não há espaço, são só coisas, não preciso disto para ser feliz. E depois faço o seguinte exercício: se partíssemos agora numa longa viagem, era isto que colocaríamos na bagagem? É tão importante assim, que eu não poderia viver sem? Tudo é, mais uma vez, uma questão de perspetiva.
2 comentários a “no desapego do ano”
Fizeste-me rir com este post porque cá em casa passa-se exactamente o contrário! A desarrumada sou eu e ouço sermões de meia-noite por causa disso! 🙂
Uma coisa a mudar em 2014!
Beijinhos,
Leonor
“pobre são aqueles que precisam de muito para viver”