2014, dia 1. Contrario a tentação de fechar um capítulo e iniciar o seguinte sem um momento de reflexão. Forço-me a olhar para trás e a revisitar o ano que acabou ontem, mês a mês. Constato que fiz muito, que ganhei imenso e que tenho todas as razões para me sentir grata, feliz e orgulhosa de mim. Mas mentiria se dissesse que 2013 foi fácil, porque não foi. Foi duro, confuso, difícil, doeu e deu um enorme trabalho, apesar de muito bom. Exatamente como escrever este post.
Inverno. Passadas as festas, deitámos mãos ao trabalho, eu e a minha prima M., que me deu uma preciosa ajuda. Na altura, a Ma Petite Princesse ainda era um sonho algo difuso; não estava bem claro se o queria ou como o iria realizar. Mas a vontade de aprender uma coisa nova e de ter algo saído da minha cabeça, mãos e coração foi maior. A Constança tinha pouco mais de 2 meses.
Nasceu o blog. Insegura, precisei de alguma coragem para escrever o primeiro post. No fim de Fevereiro, deixei de dar de mamar e pude comer e beber sem grandes restrições. Foi uma boa sensação. A C. comeu a primeira papa. Passei muito tempo em casa e sozinha com uma bebé pequena, os fins de tarde eram escuros, frios e difíceis. Andei chorosa.
Traz sempre muita saudade. É o mês da Páscoa, do Dia do Pai e dos anos do pai, sem pai. Foi o mês de muitas primeiras vezes: a primeira sopa, a primeira noite fora de casa, a primeira noite no quarto dela, o primeiro dia no colégio. Correu tudo bem. Comecei a registar o projeto 52. Foi em Março que o blog saiu para o mundo. E foi em Março que nos sentamos a escrever o plano para este ano.
Primavera. O regresso ao trabalho, onde fui recebida com muitos mimos. Mais dois passos em direção à realização do projeto Ma Petite Princesse: o lookbook da primeira coleção e o lançamento da loja online. A emoção de fazer acontecer e a confirmação de que este caminho que junta dois dos amores da minha vida – a minha filha e a moda de bebé – é o certo.
A quantidade de posts sobre o assunto mostra o quão difícil começou a ser, para mim, equilibrar a vida pessoal, o papel de mãe, o trabalho e a *mpp*. Senti-me muito cansada e andei numa montanha russa emocional. Fartei-me de arrumar a casa, várias vezes. Pusemos o pé na areia pela primeira vez no ano. Celebrei o meu primeiro dia da mãe.
Verão. Mês bom. Balanço do meio do ano. Calor. Saímos mais à rua e eu andei mais serena. Fotografei bastante. Jantámos muitas vezes na varanda. Voltei a Lisboa e voltei a mim. Fomos a um casamento e a Espanha, uma e outra vez. Comecei a registar o melhor do meu dia que foi [e é], na grande maioria das vezes, estar com a Constança. Fomos incomparavelmente mais felizes no verão.
Escrevi muito e sobre muitas coisas, inclusive sobre o meu grande dilema. Celebrámos 4 meses de Ma Petite Princesse e 9 meses de Constança. Fui praticando a felicidade. Senti muita necessidade de verão. E saudades do Alentejo. Fotografei as primeiras idas à praia, os primeiros mergulhos da C. e as primeiras birras também. Mas o melhor desse mês foi, sim, planear a nossa grande viagem.
Férias. Feliz. A nossa aventura a três, a nossa viagem à Grécia numa dúzia de posts. Foi a melhor fase do ano. Mas, antes de ir, preparar a coleção de inverno. Quando regressei, tive o meu primeiro grande desgosto: o disco do pc foi à vida e com ele todos os documentos, todas as fotografias e vídeos da Constança. Desisti do projeto 52 e o verão soube a pouco.
35 anos e o batizado da Constança. Um festa linda e uma série de 9 posts que me deram um enorme gozo escrever. Preparei o batizado e fartei-me de trabalhar na coleção de outono-inverno. Sem perceber, emagreci quase 5 kilos. Andei muito cansada mas muito contente. Esforcei-me por registar, muitas vezes, o melhor do meu dia.
Outono. Foi o mês do lançamento do lookbook e do vídeo. Dei início a esta parceria feliz. Começaram os fins-de-semana de trabalho para a Ma Petite Princesse e eu a sentir-me culpada. Muitas mudanças no escritório. Morreu Lou Reed e eu lamentei. A Constança fez 1 ano e nós celebrámos os 3, só os 3. Passei a usar, ao pescoço, um fio dourado com a palavra “love” para nunca me esquecer do quanto os amo e do quanto eles me amam a mim.
Nasceu a minha sobrinha Teresinha, o melhor de Novembro. Estive muitos dias em casa com a Constança, que ficou várias vezes doente. Lançámos, eu e a Catarina, o desafio d’o melhor do meu dia e foi com um misto de surpresa e alegria, imensa, que vi sermos muitos, bastantes, a aderir a este exercício tão simples e tão essencial. Sem dar conta, abandonei a máquina fotográfica.
Inverno outra vez. Morreu Nelson Mandela. Faltei à primeira festa de Natal da Constança, o meu segundo grande desgosto. Natal por todo o lado e eu a tentar ficar devidamente alegre. Fiz a árvore na véspera e passei a minha primeira consoada fora de casa. Imensas saudades do pai. Ansiosa e desejosa pelo fim de ano. Mas, antes, ainda foi tempo de tomar algumas decisões. A mudança está para vir e eu pronta para a receber. Bem-vindo, 2014. Estava à tua espera.
3 comentários a “o melhor [e o pior] do meu ano”
Parabéns, foi um ano fantástico! e o de 2014 vai ser muito bom de certeza!! 🙂 nunca mais chega o verão para ver a nova colecção! 🙂 beijinhos!!
Sempre que aqui venho saio emocionada com as tuas palavras. Quando estou na tua companhia saio sempre mais inspirada, mais determinada a fazer acontecer (embora muitas vezes me faltem as forças sem saber muito bem porquê). Tens de facto uma força contangiante. Obrigada pela amizade com que sempre me tratas.
2014 vai ser um ano em GRANDE. Tu mereces.
Apesar dos maus momentos acho que o teu 2013 foi recheado de bons momentos 🙂 as fotografias estão lindas e cheias de luz * espero que 2014 seja, efectivamente, muito melhor 🙂 *