super-pai [e os dias da mãe ausente]



Têm passado muito tempo juntos. Tem sido ele a tratar dela de manhã, a levá-la ao colégio e a ir buscá-la à tarde, quase todos os dias. Quando foi preciso, foi ele que a levou ao centro de saúde, ao pediatra, até ao hospital, já que nesse dia eu me encontrava longe e sem maneira de estar presente. Às vezes chego a casa e já deu banho e até o jantar, a que lindas horas acabam os meus dias.


Tem sido um verdadeiro super-pai. A única coisa que é claramente meu departamento é a roupa para a C. vestir, que deixo devidamente combinada na beira da janela do quarto, todas as noites. De resto, há muito pouco que o atrapalhe, mesmo. Até já se aventurou a tomar conta das duas meninas, a Constança e a prima Teresinha, sozinho, um sábado à noite. E vê-lo com uma bebé de 3 meses nos braços foi como que voltar aos tempos da Constança recém-nascida; já quase não me lembrava…



Claro que, com tanta cumplicidade, a Constança está [ainda mais] apaixonada pelo pai. A sua palavra preferida é papá, está constantemente a chamar por ele. Comigo, alterna entre o meia indiferente e amuada ou o carente e muito queixosa; à semana, são demasiadas as noites em que praticamente não me vê e o meu coração anda pequeno de tão apertado. Ao fim-de-semana fica tudo bem, é bom.

Tirámos estas fotos num domingo de dezembro quando passeávamos a pé pelo centro da cidade. Lembro-me que fazia mesmo muito frio, apesar do sol e do dia até estar bonito. Como é habitual, estive sempre atrás da câmara mas, no final, tive direito a esta fotografia. Gosto dela. Ainda que me faça ter saudades dos dias só nossos, sem compromissos ou campainhas a tocar na minha cabeça lembrando-me do que tenho por fazer. Pois está decidido: o próximo é para nós.

6 comentários a “super-pai [e os dias da mãe ausente]”

  1. Como eu compreendo o sentimento deste post… Se por um lado é um conforto enorme sabermos que os nossos filhos estão entregues a super-pais, por outro é um aperto no coração por não estarmos mais tempo com eles – no meu caso com a minha filha.
    Mas ao ler também me veio ocorreu outra questão – nós mães, que trabalhamos dentro e fora de casa, frequentemente mais horas do que seria razoável, e que não levamos nem vamos buscar ao colégio nem damos o banho e o jantar a não ser ao fim de semana, mas que perdemos todos esses momentos na vida dos nossos filhos e temos de gerir esse sentimento – somos o quê, afinal? Não seremos também super mas de uma forma diferente?
    Ser super-pai ou super-mãe no sentido em que se acompanha um filho é, acima de tudo, muito gratificante, e nos dias que correm quase um “prémio” para quem o pode fazer… 🙂

  2. Ainda bem que existem!!!
    Nós mães deveriamos todas ganhar um subsidio extra enquanto temos filhos bebés! Também sou mãe de uma menina com 33meses e trabalho de 15 em 15 dias o fds das 9h as 20h e claro também durante a semana e digo vos não é nada fácil saber que temos os nossos filhos em casa no fds e nós a aturar pessoas que mtas vezes nem têm educaçao!
    Custa me muito!
    Desculpem o desabafo mas ainda bem que temos os nosso maridos e os nossos pais!
    A Constança é linda, felicidades para a familia e para o blog!

  3. Gostei muito deste post e identifiquei-me muito com as suas palavras. Entendo bem o que sente… Felicidades!

  4. Cá por casa também tem sido assim, altura de muito trabalho para mim, é o pai que a veste (a roupinha que eu deixo), leva ao colégia, vai buscar, vai com ela ao médico (já aconteceu 2 vezes nas ultimas semanas)… são mesmo uns super pais!!

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