Catarse (do grego “kátharsis”) é uma palavra utilizada em diversos contextos que significa “purificação”, “evacuação” ou “purgação”. Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama.
Chorei baba e ranho. Disse “não consigo” pra lá de 20 vezes. Cruzei os braços, fechada em mim mesma, corpo tenso. Doía-me a barriga, doía-me o ombro esquerdo. Apeteceu-me bater com a porta e meter-me num avião; sumir. Largar tudo, fazer uma pausa sem fim definido, num local bem longe. Diferente, espiritual, frugal. Ficar até estar preparada para abrir o livro e recomeçar a escrever a minha história. Um novo capítulo, folha em branco, possibilidades infinitas, livre.
Depois, respirei fundo. Despi a roupa e pus-me confortável. Embrenhei-me na cozinha, nas roupas e na criança, tudo coisas que me relaxam. Preparei um peixe fresco, saudável, saboroso. Senti-me mais leve. Parei de ter pena de mim própria. Pensei no meu pai. Recordei gestos, diálogos nossos, fui buscar a fotografia, chorei outra vez. Menos desesperada, mais aliviada, tomei [mais] uma decisão. Resta-me resolver o medo. Sim, porque o medo é o maior inimigo dos nossos sonhos.
Um comentário a “catarse [numa daquelas noites]”
“in life every ending is just a new beginning”