[a viagem à Costa Rica] dia 15


Como já sabíamos da paragem longa em Atlanta, tratamos antecipadamente dos vistos para poder sair do aeroporto e dar uma volta na cidade. Atlanta não tem muito que ver, é dispersa, nem é uma cidade particularmente bonita, mas eu gostei de lá viver. 2001, apesar do susto do 11 de setembro, foi um dos melhores anos da minha vida. E foi o ano em que me fiz mulher. Já tinha saído da casa dos pais, já tinha ido estudar para Lisboa, mas foi neste ano em que tudo mudou.

Por isso voltar a Atlanta, tanto tempo depois, foi voltar a um sítio onde eu já fui muito feliz. Não deu para ver muito, não estive com ninguém; deu só para respirar o ar, reconhecer as ruas no mapa, revistar alguns lugares, andar de metro, admirar as casas com alpendre, antigas, de madeira, vizinhas de prédios altos, espelhados, modernos, recordar a simpatia dos habitantes, todos enormes, e entrar na cadência daquela pronúncia sulista, negra, cantada, sorridente, tão familiar.


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