Tem tanto de cliché como de verdade: a maternidade transforma-nos, altera-nos o sistema e dá-lhe uma volta para sempre. Foi numa tarde de inverno, há quase 2 anos atrás, entre as primeiras fraldas e mamadas, que tomei a grande decisão: ia-me lançar na aventura de ter um projeto meu. Queria aprender algo novo e criar algo que viesse da minha cabeça, mãos e coração. A partir desse dia, tudo mudou. E essa mudança, além de inevitável, foi definitiva. Vou contar como foi.
[o nascimento]
Junto com a minha filha Constança nasceu a Ma Petite Princesse. O projeto de família começado e adiado pela minha mãe ganhou vida quando eu fui mãe. E não teve tanto a ver com a altura certa; teve a ver com a inevitabilidade de uma coisa que, a partir de um determinado momento, passou de fazer sentido a fazer todo o sentido. A oportunidade estava lá, a maternidade deu o pontapé que faltava e os cinco meses de licença proporcionaram o tempo necessário para me apaixonar perdidamente pela ideia. Eu, que sempre quis criar um negócio meu, ia fazê-lo. Sim. O conceito: uma marca de roupa e outras coisas para bebés e um blog onde eu partilho a minha vida depois de ser mãe. O nome: Ma Petite Princesse, ligeiramente coquette mas afastado qb do mundo cor-de-rosa das princesas. A inspiração: ela, a minha primeira filha, recém-nascida.
[e depois?]
Depois, no mesmo mês em que eu voltei ao trabalho terminada a licença de maternidade, lançámos a primeira coleção [primavera-verão ’13]. A marca passou os testes iniciais e exatamente um ano depois eu deixei o meu principal emprego [sim, porque a Ma Petite Princesse já era um segundo emprego], tirei o negócio da sala de estar e abri o atelier. Entretanto, na esfera pessoal, demos início a uma grande volta: ele aceitou um desafio fora do país e eu fiquei cá, com uma pela mão e outra na barriga, até chegar o dia de nos mudarmos também. A Ma Petite Princesse cresceu, cresce todos os dias, e eu ainda mais.
[hoje]
Hoje a Ma Petite Princesse é uma realidade e é mais do que um projeto de negócio: é um projeto de vida. É o resultado de um enorme trabalho, é o reflexo da nossa forma de estar, uma espécie de extensão das nossas personalidades. O caminho que percorremos é carregado de emoção. Mas nem sempre resultou óbvio, foi-se fazendo caminhando, todos os dias. Às vezes de forma mais confusa, incerta, houve até quem desse por ela e me escrevesse: há qualquer coisa ligeiramente desafinada entre a marca e a pessoa que está por detrás dela. Pois é verdade, fui sentindo-o e sabendo-o mais do que uma vez, até me ser agora muito claro, límpido.
[agora, recomeçar]
Então, há que começar de novo. É claro que é arriscado mudar mas, como me dizia uma amiga, estar em sítios onde não somos nós, em que não nos sentimos confortáveis, é ainda mais arriscado a longo prazo. Por isso, amanhã a marca apresenta um novo visual e a nova coleção é oficialmente lançada no fim-de-semana. Sou suspeita, claro, mas eu cá acho que está tudo muito bonito. Espero que gostem tanto quanto eu e que continuem por aí nesta viagem comigo. São vocês, leitores e clientes, que lhe dão o maior sentido.
[fotografia tirada pela Catarina cá em casa em junho de 2014]
2 comentários a “para seguir em frente, começar de novo”
Estou ansiosa 🙂 muito boa sorte **
Ansiosa! 🙂
beijinhos!!