caracóis [e outros pensamentos soltos]


2-cópia1-cópiaEste post esteve nos meus rascunhos bastante tempo, várias semanas, inacabado. Se as imagens à espera das palavras ou se as palavras à procura da combinação certa e adequada às imagens, não sei. Às vezes não sai. Às vezes não há nada para dizer ou pura e simplesmente não consigo sentir. E então não escrevo. Ou escrevo outras coisas, mais superficiais talvez.

 

5-cópia4Desde que nasceu, a Constança ainda não cortou o cabelo. São 2 anos, 2 meses e uns dias de caracóis, que agora começam a ficar eriçados nas pontas e difíceis de pentear. Ela queixa-se muito, foge-me, choraminga e exclama ai mamã! E eu, que me recordo tão bem de passar pelo mesmo, tento distraí-la com observações do género que pente feio ou caracóis malditos! para lhe minimizar a dor. Se for como eu, há-de chegar o dia em que ela me vai dizer, com tristeza, que não gosta dos caracóis e que o que mais queria era ter cabelo liso. Ou talvez não. Talvez ela goste do cabelo tal e qual como ele é. Seria bem melhor.

 

3-cópia5-cópiaPortanto talvez esteja na hora de a levar ao cabeleireiro para o seu primeiro corte. Só as pontas, porque o pai é muito protecionista em relação a este assunto [tal como em relação a furar as orelhas], para fortalecer. Não faço ideia como se vai portar. Pode correr tudo bem ou pode fugir a sete pés e fazer uma grande cena.

 

67Reparo nestas fotografias e já noto uma grande diferença. A Constança está mais crescida, até no cabelo. Era fim-de-semana, um dos últimos de setembro, e foi mais ou menos por esta altura que começaram as birras, o espernear para sentar no carrinho ou na cadeira do carro, as coisas atiradas ao chão com raiva. Nos [meus] dias bons, mantenho a calma e pergunto-lhe porque está tão zangada, o que se passa, mas ela nem sempre consegue verbalizar. Outras vezes perco a paciência, irrito-me e levanto a voz, numa luta de forças que apenas nos leva à gritaria e a mais lado nenhum. É desesperante.

 

811E agora que está prestes a nascer a Camila, como vai ser? A minha mãe diz para me preparar para que tudo fique ainda mais difícil. Sem muitos alarmismos, conta-me como eu fiquei “doente” quando a minha irmã nasceu e como ela voltou a querer mamar e dormir no quarto dos pais quando nasceu o Afonso. Tudo normal e passageiro, diz-me. Veremos.

 

910[calções de ganga Knot * camisa branca Piupiuchick * casaco de malha Zippy]

 

Adoro vê-la com estes calções. São emprestados e de uma colecção antiga, deduzo que seja de verão porque a ganga é fina, super confortável. Vestem mesmo bem e são super versáteis, por isso tenho pena que estejam a deixar de lhe servir. Pode ser que na primavera, sem fralda, ela possa voltar a usá-los.


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