Estava na esperança que fosse diferente com a Camila. E até começou diferente: pega fácil, menos nervos e maior equilíbrio físico. Mas o contexto e a cabeça trocaram-me as voltas: aos dois meses já está a suplemento e não há nada que me deixe mais triste que vê-la a chorar na minha mama. Parte de mim pensa que, dadas as circunstâncias, até é mais fácil; outra lamenta o fim à vista e é essa que me motiva a persistir.
Digo-o todos os dias a mim mesma: faz-se o que se pode. Amamentar é mais do que alimentar. É suposto ser o mais bonito da maternidade [e também é] mas, para mim, pode bem ser o mais difícil dos primeiros meses de ser mãe. Muito mais do que a logística, os meses fechada em casa [no meu caso a trabalhar], o choro sem razão ou estar sozinha com duas crianças. Faz-se o que se pode. E com a menor culpa possível.
[fotografia por Daniela Sousa]