o desfralde [dia #3]


A coisa continua complicada. Em casa, pelo menos. Não sei qual a razão, não sei mesmo, mas comigo a Constança recusa o pote, a sanita e só quer a fralda. Depois do berreiro de ontem, esta manhã decidi não insistir muito a ver se a coisa acontecia mais naturalmente. À pergunta se quer fazer xixi respondeu sempre que não e evitou a casa de banho, disfarçando o mais que podia a vontade de fazer cocó. Comecei a perceber que só com a fralda é que ela se iria sentir à vontade para fazer e pronto! pus-lhe a fralda. Não sei se fiz bem ou mal… paciência. Foi para o colégio de fralda e eu pensei que talvez não fosse tão confuso assim fazer a separação casa-colégio e assumir um desfralde em partes. Tudo bem. No colégio a educadora pôs as cuequinhas e, a julgar pela roupa que veio para casa, molhou-se duas vezes. Mas a terceira foi comigo, à porta do colégio. Ops, lá ficou uma pocinha de xixi no deck de madeira. A quarta foi em casa. Depois do banho, lá pus a cuequinhas preferidas e passado um bocado, pimba. Nova tentativa de pote, sanita, o que ela quisesse… e novamente um choro desesperado. Fralda para resolver o assunto e hoje ficámos por aqui.

O mais estranho no meio disto tudo são as reações da minha filha. Não a reconheço. Está patetíssima, desobediente, finge que não ouve o que lhe digo, disfarça assim que percebe que vem conversa séria. Começo a achar que realmente não está preparada [faz hoje 2 anos e meio] e parece-me que o melhor será fazer o que me diz o instinto: não forçar. No próximo fim-de-semana estou fora e, não havendo colégio, nem sei bem que política seguir: fralda ou não fralda?


16 comentários a “o desfralde [dia #3]”

  1. Olá!
    Também é a primeira vez que comento: concordo absolutamente com o que a Tatiana escreveu.
    A Constança é que vai indicar quando será o momento: acima de tudo vai ser uma vitória dela: nós só lá estamos para ajudar mas sem forçar.
    Talvez seja melhor fazer uma pausa: são muitas mudanças.
    Vem aí o Verão e andar sem fralda vai saber-lhe bem: se houver xixi também nem é muito aborrecido e até lá passa a pressão deste momento.
    Entretanto o ideal é irem de férias! Que bom!
    O que digo tem a validade apenas de quem passou por isso há dois anos: comecei a insistir quando o tempo começou a aquecer, mas depois vi que não era o momento e que a Beatriz estava a contabilizar fracassos, o que tb não a deixava feliz, naturalmente.
    Parei e quando tentei novamente, no Verão, foi tudo muito mais fácil.
    Boas férias!
    Um abraço!
    Ana

  2. Eu já não me recordo muito bem o desfralde das minhas, acho que correu bem, com todos os altos e baixos próprios. Na altura a Rosarinho tinha quase 3 anos e a Mercês era uma bebé de colo.
    Não lhe parece que a Constança não se quer ver sem fralda porque a sua mana bebé ainda usa e tem toda a atenção da mãe na hora da muda?
    Eu não sou nenhuma expert, muito longe disso, mas lembrei-me de lhe sugerir uma brincadeira: comprar umas cuequinhas também para a mais pequenina e em jeito de brincadeira ver a reacção da mais velha, combinar idas ao pote juntas e a mana mais pequenina a assistir às pequenas vitórias da Constança.
    Uma amiga um dia sentou a filha no pote, sem esta ver, colocou lá um pedacinho de plasticina castanha e a seguir fez uma festa enorme! A miúda sentiu-se super orgulhosa e a pequena mentirinha da mãe surtiu grandes efeitos no futuro uso daquele pote!
    Com as duas sozinha é mais difícil, às vezes não há pachorra para cenas descabeladas ao final do dia (eu sei porque também passei temporadas sozinha com as minhas quando o pai viajava em trabalho) tente levar na brincadeira e ter paciência porque a Constança ainda é muito pequenina, lá virá a altura dela, vai correr bem!

  3. Parabéns, pelo blog e pela nova colecção de roupas deliciosas. Paciência e persistência e cratividade para o desfralde. Tive 3 experiências diferentes 2 meninas e um rapaz, a primeira igual ao que descreve, assumo que começámos em Abril e não deu, toneladas de roupa e pior a criança simplesmente revelou um pequeno monstro de birras e ficou sem fazer cocó imenso tempo, voltámos atrás. Em junho fomos de férias com o espírito de vais andar de vestido e cueca sempre e com um presente de incentivo um barriguita que tinha um bacio e que a R. Tinha de ensinar. Os astros conjugaram-se e a situação foi totalmente diferente…..já o coco passámos a ter um código silencioso, todos os dias a fralda era colocada ao final do dia mais ou menos por 2 horas ou até fazer….quase sempre escondida num canto…sem ninguém a ver, parecia ter alguma vergonha….um dia simplesmente disse que queria fazer xixi e fez o 1 e o 2. Na segunda adoptamos um esquema de autocolantes, um calendário com objectivos….arrumar brinquedos, comer sem birras, pedir e fazer xixi e coco, os autocolantes mais desejados, maiores e brilhantes para esse objectivo ajudaram, mostrava com orgulho a colecção a toda a gente, confesso que criamos uma espécie de viciada em autocolantes, permitindo aplicar o esquema a imensas situações, portar bem com avós, experimentar alimentos novos, arrumar e ajudar…..inclusive abdicar de alguns que eram tapados com uma etiqueta branca em caso de penalizações, objectivos de quantidades para adquirir pequenos presentes, tudo negociado com ela, guardo até hoje esta agenda, cheia de colagens, desenhos e fotos das mil e uma coisas que fizemos com autocolantes (fiz muitos personalizados, com imagens da net, fotos de familia, temáticas sazonais, desenhos favoritos, simples carinhas de smiles a classificar o dia. No rapaz transformamos o jogo com legos, ganhava peças, bonecos…tempo de construção com adultos…..jå andava no colėgio o que também ajudou muito, hoje com 5 anos ė um pequeno viciado em legos…agora com as peças pequeninas.

  4. Connosco correu bem com a fase intermédia das fraldas ” Up & Go”, assim entre a fralda dos bebés e a cueca dos mais crescidos, e depois um dia só cuecas, noite e dia, radical. Ter a musica do xixi e cócó também ajudou e uma tabela onde colávamos autocolantes se ela fizesse tudo bem! Mas leva tempo e se calhar estar mesmo calor e as fraldas incomodarem tb ajuda!

  5. Ana,

    Minha opinião e experiência é: percebo o q falas de dividir casa/ creche, mas as crianças acabam por se confundir um pouco c isso, não precisa ser tudo igual mas haver alguma coerência/ continuidade é mm importante.

    Tb concordo c o q já falaram acima, é tão possível q ela esteja a passar por tanta coisa na cabecinha, e vocês vão de férias, e a primavera ainda nem chegou bem este ano pr secar melhor a roupa, talvez seja bom um passo atrás pr dp andar melhor pr a frente.

    Dito isto tudo.. confia no teu instinto (o nosso cansaço ofusca-o às vezes, mas está cá)! Força 🙂

  6. Olá Ana, passei pelo mesmo há 2 meses atrás e como a compreendo… Aqui em casa decidimos “sacrificar” um fim de semana para fazer o início do desfralde. Passei o dia a lavar cuecas e muito tempo a ver os caricas com ela sentada no bacio. Tentei nunca zangar-me com os acidentes e fazer uma grande festa quando fazia xixi no bacio (mas confesso que perdi a paciência inúmeras vezes e cheguei a chorar de desespero por não saber o que fazer). A minha filha adora plasticina, por isso o prémio era sempre um rectângulo de plasticina.☺️ Hoje ainda acontecem acidentes, mas são mais pequenos e mais raros e para fazer cocó aproveita sempre quando lhe ponho a fralda para dormir… Nunca fez nem quer fazer cocó no bacio. Dizem que é normal, eu decidi não stressar com isso e sobretudo não stressar a minha filha. O meu conselho, que vale o que vale, é fazer o desfralde numa fase em que tenha poucos compromissos e tempo para estar tranquila (tanto qt possível) em casa. Beijinhos e boa sorte!

  7. Olá, aqui em casa tentámos apenas aos 3 anos um mes antes de entrar para o jardim de infancia onde não podia entrar com fralda. Foi um stress para todos porque tinhamos um timming apertado e ou largava ou não entrava na escola que tanto queriamos, resultado o xixi até correu bem mas fez retenção de fezes 🙁 foi dificil, até tivemos de mudar de pediatra porque o dela não nos estava a ajudar a lidar com o problema e o novo pediatra Dr Mario Cordeiro aconselhou a deixar o bacio e fazer só com o reductor, todos os dias à mesma hora (se necessario com ajuda de um clister para a ajudar a fazer) e inventando uma historia que todos os dias ela tinha de ir dar comidinha aos peixinhos que estavam na sanita, o cócó seria a comidinha que ela dava aos peixinhos, dois dias depois e até hoje estava a fazer super bem e tudo correu bem. Com o xixi usei os autocolantes da Peppa que ela adorava e por cada sucesso tinha direito a um autocolante colado onde ela queria 🙂 boa sorte e concordo que forçar pode ser pior, temos de ter acima de tudo muita calma e tentar dar-lhes o tempo que precisam

  8. Olá Ana!

    O maior truque é ir com calma e sem stress, mas deixo aqui duas ficar que me ajudaram imenso com o meu filho!

    1- ofereceram-lhe um livro com imagens de potes, cuequinhas e tudo o que está relacionado com o desfralde! Mas o mais giro e que trazia autocolantes para dar de prémio cada vez que ele fosse ao pote! E resultou, ele já só queria ir ao pote para receber a “medalha”!!

    2- sempre que há um acidente dizer a criança que não há problema, que foi um descuido ou acidente e desvalorizar por completo!!

    Boa sorte!

  9. Uma boa alternativa é deixá-la com a fralda ou aquelas cuecas-fralda mas ir conversando e pedindo para ela avisar se quiser fazer xixi. Assim ela não se suja, e pode ir ganhando o hábito de avisar e ser um processo talvez mais demorado, mas mais calmo e negociado. O facto de ela se sujar pode estar a provocar desconforto e vergonha, e ser um factor de recusa por não compreender o que está a mudar. É só uma sugestão. O importante é não desanimar porque estas fases são mesmo assim, não há fórmulas mágicas, e temos de ir fazendo o melhor que podemos.

  10. Sigo o blog mas é a 1.ª vez que comento…
    O assunto interessa-me porque tenho uma Kika com 2 anos e terei de pensar no desfralde.
    Mas na verdade queria só dar a minha opinião – que vale só isso mesmo – se calhar voltar a trás é o melhor passo em frente.
    Todos temos tempos diferentes, até mesmo quando somos pequenotes.
    Aproveito para agradecer a partilha de experiências.

  11. Olá Ana.
    Revejo-me tanto nesta situação e no seu desnorte. “Se soubesse o que sei hoje”, apesar de o meu filho ter dois anos e meio e corpo de quatro, teria adiado, porque em casa foi bem desgastante.
    Cada criança é diferente e quando, ainda hoje, ao fazer alguma coisa que não devia ele mesmo se sai com um “Ó Francisco, não avisaste!”, com um tom de desânimo, fico com o coração em pedaços.
    Não sou ninguém para dizer o que fazer, mas optaria de longe por um fds com fralda, para tranquilidade de todos.
    Um beijinho,

    Sílvia

  12. Olé!
    Eu percebo-te muito bem, passei exatamente pelo mesmo com a mais velha e, infelizmente, foi um processo demorado 🙁 Comecei por esta altura, primavera, dois anos e meio. Tenta não stressar, e mantêm-te preparada com permanentes mudas de roupa.
    Relaxa, é uma reação normal, não lhe passes a tua ansiedade, tenta reagir normalmente. Um dia vai dar-lhe o click e tcharam! 🙂
    A boa notícia é que com o segundo é tudo mais rapido. São eles a pedir, a querer ir a casa de banho para imitarem os mais velhos…. Pelo menos lá por casa foi assim 🙂
    Bj

  13. Será que a Constança não está apenas a mostrar que não quer deixar o que mais a assemelha à irmã bebé? Há crianças que regridem com os irmãos, outras evoluem, outras parece que não é nada com elas, mas de uma maneira, ou de outra, elas manifestam sempre de alguma forma a intrusão deste outro “ser” que agora toma quase todo o tempo de quem os mimava a tempo inteiro.

    Se calhar ainda não é a altura certa. Não sou ninguém em especial a emitir um juízo de valor, mas apenas a aproveitar para lhe dar um cheirinho da minha experiência com a mais velha: super independente e na altura de tirar a fralda (mais ou menos 2 anos e meio) retia a urina e fezes. Fui a imensos médicos, fiz inúmeras tentativas e nada. Desistíamos e voltávamos a tentar até que desistimos por completo. Entretanto já estava grávida da mais nova e agora que penso nisso, a mais velha podia estar a tentar ficar com o controlo do que podia, porque se apercebia (pelas nossas conversas sobre a “mana que estava na barriga”) que tudo o que ela conhecia ia mudar, ou apenas a ser bébé! E aos 2 anos/quase 3, deve ser uma enormidade a cair naqueles ombrinhos…

    Resumindo, a Inês só deixou a fralda a 3 meses da irmã nascer e depois deixou logo a da noite também. E quando a irmã nasceu, não regrediu ao contrário do que pensei que ia acontecer. E se foi difícil a entrada da irmã nas nossas rotinas a duas…

    Isto para lhe dizer que entendo a sua frustração. Também já a senti e agora estou novamente a senti-la porque a mais nova nem quer se aproximar bacio e também retém tudo. Uma vez uma pediatra disse-me, por altura das consultas de rotina: O desenvolvimento das crianças/bebés não é igualem todos os campos. Um bébé tem que desenvolver uma parte de cada vez. E se a Constança for uma bebé que fala pelos cotovelos e super desenrascada, mas ainda é “bebezola” na parte fisiológica? Ou não?

    O meu conselho (que é mais fácil dizer que fazer) é: relativizar. Deixe correr e verá que a altura certa é quando eles estiverem preparados e não quando nós achamos que eles estão preparados.

    Espero que tudo se resolva da melhor forma! Força que não é fácil esta fase, mas mais tarde vai ter recompensas muito boas, prometo!!

  14. Eu colocava a fralda e pronto! Aocnteceu-me isso quando comecei a introduzir a comida sólida, nos primeiros dias uma delas berrava (tenho gemeas a fazer 2 anos este mês), parecia que a queriam matar. Ao 3º dia resolvi dar uma folga a mim mesma e voltámos ao leitinho, não é que ao 4º dia, quando eu já estava preparad para mais uma guerra comeu a papa toda lindamente e ainda me sorriu? 🙂
    Também já começámos o desfralde, vamos ver como corre.

  15. Olá, sou uma leitora brasileira, que admira sua força!
    Como mãe de dois, posso dar uma sugestão?
    Não tenha pressa, volte atrás.
    A pequena está passando pelo desafio de dividir a mamãe, e agora querem lhe tirar a segurança das fraldas?
    É mais ou menos assim que se passa na cabecinha deles…
    Deixe mais um pouco, vcs vão tirar férias, deixe a pequena viajar de fralda, permita que a situação aconteça de forma lúdica e natural, senão ela vai travar, e será mais difícil.
    Mas é só uma sugestão…
    Bjs cariocas,
    Dadi

  16. A única coisa que posso sugerir, mesmo sabendo que a Ana tem muitas responsabilidades, que está sozinha, que tem uma outra bebé para cuidar e dar atenção, que está cansada e provavelmente com privação (e défice) de sono, é NÃO PERDER a calma. Tal como noutras fases, também esta vai passar… Vocês vão superar tudo isto : )
    Mas que dá vontade de perder a cabeça e algum desânimo, ai isso dá… Muita força e cabeça fria. A adulta aqui é a Ana…

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