[a viagem à Colômbia] dia 4


Vista do alto do Cerro de Monserrate, a extensão urbana de Bogotá é impressionante, de perder de vista. Mas à medida que vamos descendo de teleférico é possível distinguir as carreras perpendiculares às calles, o trânsito lento dos carros, os edifícios muito altos junto das casas de construção para sempre inacabada. Ainda não consigo perceber a cidade, no entanto. Sinto que a estamos a visitar “às fatias”, aos bocados soltos, sem que tenha ainda encontrado o seu fio condutor, nem sentido verdadeiramente o pulsar do seu coração. Nestas alturas a ajuda de um local faz toda a diferença.

Decidimos passar a tarde a deambular pela zona norte. Aqui vem quem quer comprar, comer e beber. É enorme o contraste entre esta parte rica de Bogotá, com os seus prédios cor de tijolo e varandas envidraçadas, e o bairro popular de casas pobres e afaveladas. É enorme o contraste entre as pessoas que por aqui circulam e os habitantes do centro histórico. Há polícias armados nas ruas e qualquer loja, bar ou restaurante tem o seu segurança privado, igual à Cidade do México, capital também de fama duvidosa no que respeita à segurança. E se, por um lado, a sua presença até me sossega, por outro faz-me pensar que, se aqui estão, é porque são necessários. Não pensamos exageradamente no assunto [acidentes podem acontecer ao virar da esquina, é tudo uma questão de sorte e de estar no lugar errado à hora errada], mas não deixamos de nos preocupar. Somos corajosos mas não somos loucos.

Estou sentada a escrever num Starbucks e são 7 e meia da tarde. É o quarto dia de viagem, terceiro em Bogotá, está tudo bem.


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