O carnaval de Basileia [Fasnacht, em alemão] é o maior da Suíça e é coisa grande. Começa na noite de domingo para segunda-feria às 4 da manhã [depois da Quarta-Feira de Cinzas) e termina exatamente 72 horas depois, portanto quinta-feira à mesma hora. Durante 3 dias, o centro enche-se de pessoas mascaradas que circulam em pequenos grupos, tocando flauta, tambor e bateria. E nós, num final de tarde e mesmo com as miúdas adoentadas, fomos ver. Metemo-las no carrinho, furámos entre a confusão, pegámos nelas ao colo, andámos com elas às cavalitas, fizemos de tudo para que elas sentissem e vivessem o momento o mais possível.
Há um significado por detrás dos confetis, das máscaras, dos cortejos [fazem lembrar os cortejos das queimas das fitas, só que com mais orçamento, muito menos álcool e maior abrangência de idades] e dos gestos [distribuem doces, flores e fruta aos espetadores] deste carnaval que eu não sei ainda interpretar, mas vibrei com o que vi.
Aliás, esta é a beleza da nossa experiência por cá: uma pessoa ainda percebe pouco da cultura e da língua, mas bastou haver música para nos prender ali. Nós e às miúdas, de olhos arregalados e meio abananadas com tal espetáculo.
Pensei no meu pai e como ele gostaria de estado connosco naquele momento. Tanta música, o som das baterias, todos aqueles instrumentos de sopro, muita gente mas não uma multidão, o ambiente de festa, as salsichas que comemos na rua ao entardecer, a exuberância das máscaras, os rituais curiosos. Pensei no meu pai e emocionei-me com a certeza de que ele gostaria de ter estado ali, a ver, a absorver, a tentar compreender tudo para depois nos explicar, ao ouvido para que conseguíssemos perceber bem as suas palavras, tal e qual fazia quando nós éramos pequenos.
Um comentário a “Fasnacht [o carnaval de Basileia]”
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