No rescaldo do dia da mãe, penso na mãe que sou para as minhas duas filhas e no tipo de mãe que quero ser. Penso em mim como mãe e logo em mim como filha também. Penso na minha mãe, na travessia que fazemos, ora juntas ora mais afastadas. Vejo-a e revejo-me, em muito e em nada. Penso nas minhas avós, mães de outro tempo, tão diferentes ou… talvez não. Penso em todas as mulheres-mães da minha vida. E delas, da minha mãe, das minhas avós, da minha irmã, das minhas tias-mães, as que são mães dos seus e as que são quase mães para mim, de cada uma eu recolho o seu melhor – uma força, uma capacidade, um jeito, um hábito, um valor, uma perspetiva, uma mania, uma diferença.
Das mulheres-mães da minha vida, eu recolho o melhor e levo comigo, para um dia, todos os dias, naqueles dias em que tenho medo de não saber bem o que é isto de ser mãe, eu me recorde que, acima de tudo, ser mãe é para sempre.
[a minha mãe e as três netas, Camila, Teresa e Constança, no verão de 2015]