Tivemos um ótimo fim-de-semana. Escrevo isto e menosprezo, agora com um sorriso, os percalços que nos deram momentos difíceis: o pai que partiu por mais uma temporada, as despedidas que custam, as viagens de transportes públicos com as duas e um só carrinho, a Constança a queixar-se do cansaço e a abandonar a trotinete esquina sim, esquina não, a Camila a berrar de sono, enquanto nós, meio perdidas nos arredores de Basel, derretíamos ao sol.
Foi um fim-de-semana perfeito porque acordámos com as galinhas e tivemos tempo.
Tempo, no sábado, para fazer um bolo mãe-e-filha e depois sair de casa com as camas feitas, o almoço dado e a louça lavada. Tivemos tempo para resolver pendentes de trabalho sem deixar as miúdas nervosas, à espera. Tempo e paciência para parar em cada canteiro a caminho do parque, para responder às mil perguntas mais velha, para lidar com a mais nova que grita, grita muito, quando não é compreendida.
E depois domingo, calorão, dia passado em casa de suíços, miúdas em delírio na água, regressar quase ao por-do-sol, estafadas, banhos, cedo na cama, sofá, filme, silêncio, lavandaria, roupa, tudo no seu devido lugar, casacos, mochilas, sandálias, fatos de banho, as 3, estamos só as 3, nesta casa, nesta cidade, neste país. Domingo, dia de reflexão, de mentalização, de respirar fundo e agradecer a Deus, a nós, à vida, todas as oportunidades, todas as dificuldades, todos os dias, todas as noites.
Segunda-feira. Estamos a uma semana de viajar para Portugal em férias e finalmente o verão chegou a Basel. As noites estão amenas e os dias quentes. No colégio montaram uma piscina para os miúdos chapinharem. Eu já preparo as malas e nelas coloco apenas o essencial porque as roupas que se usam aí não são as que se usam cá. Aqui não há bibe, nem farda e não há empregada para passar a ferro portanto é assim mesmo: em Roma somos romanos e a regra é descomplicar.
[as fotos do meu iPhone e que eu vou partilhando no instagram]