4 meses de ma petite princesse



Tem tanto de cliché como de verdade: a maternidade transforma-nos, altera-nos o sistema e dá-lhe uma volta para sempre. Acontece a todos e, eu, não fui uma exceção. No dia em que a Constança chegou às nossas vidas, meu deus, tudo mudou. Foi uma revolução não só no sentido mais literal da palavra [já falei aqui no blog da quantidade de itens que nos entram pela porta adentro junto com um bebé] mas principalmente no sentido mais espiritual e emocional. A nossa dinâmica mudou, já não somos o mesmo “nós” e ainda estamos a descobrir aquilo em que nos tornamos. As nossas prioridades, os nossos objectivos e aspirações na vida passaram a ser outros e o mais curioso é que, de certa forma e ao longo dos dias, vão mudando, evoluindo e tornando-se em algo maior.

Junto com a minha filha Constança nasceu a Ma Petite Princesse. Por um lado, é um blog. Por outro, é uma a marca de roupa para bebés. O projeto de família começado e adiado pela minha mãe ganhou vida quando eu fui mãe. De forma silenciosa, tranquila, sem grandes alaridos. Da minha cabeça, mãos e coração. O seu nascimento não tem tanto a ver com a altura certa. O seu nascimento tem a ver com a inevitabilidade de uma coisa que, a partir de um determinado momento, passou de fazer sentido a fazer todo o sentido. Porque a oportunidade já existia, a maternidade deu o pontapé que faltava e os cinco meses de licença proporcionaram o tempo necessário para me apaixonar perdidamente pela ideia. Eu, que sempre quis criar um negócio meu, agora ia fazê-lo. Sim.

Hoje, o que posso eu dizer? Que está a ser maravilhoso, tudo. Sinto orgulho, prazer, alegria, responsabilidade, pressão e, acima de tudo, satisfação, muita satisfação. Aprendo todos os dias mais. Descubro coisas bonitas, muitas, não há posts que cheguem para as partilhar. Às pessoas que vou conhecendo e que vão ganhando lugar na minha vida, às pessoas que acreditaram em mim e às que se dão ao trabalho de vir aqui ler, comentar e gostar, eu estou grata. São, também, as suas visitas que dão propósito a este blog. Depois, com a vida de todos os dias, tenho de gerir ainda melhor o meu tempo, coisa que nem sempre consigo e que me põe triste e frustrada. Então leio palavras como estas ou reconheço-me nestas páginas de jornal e o entusiasmo redobra. Também a realizar sonhos há altos e baixos. Tal como a ser mãe. E a ser mulher.

Às vezes paramos por um momento. Olhamo-nos e, entre o cansaço e os desencontros normais em qualquer casal, fazemos um esforço para me lembrar de como era a nossa vida antes de tudo isto começar. A verdade é que já não conseguimos imaginar os nossos dias, os nossos sábados e domingos, que começam tão cedo, sem ela. Ou a nossa mesa de jantar sem tecidos e papéis e computadores. A mim, essa amnésia não só não me deixa nostálgica como me confirma que a natureza é sábia. Porque se encarrega de nos proporcionar, a cada momento, exatamente aquilo que precisamos.

Há um dia em que tudo muda. E essa mudança, além de inevitável, é definitiva.


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