chicago [e um dos melhores anos da minha vida]


Carrego no play e volto a 2001. A Chicago. Finais de Novembro. A primeira viagem depois do 11 de Setembro e a última antes de regressar. Agarrar a oportunidade e meter-me num avião, decisão tomada sem pensar muito nos “e ses” e com aquele desprendimento próprio dos 20 e poucos anos. O segredo contado ao pai, só ao pai, não era para preocupar mais ninguém. Ditar-lhe, ao telefone, o nº do voo e os restantes detalhes, não fosse necessário localizar-me. Frio, muito frio. Cabelo curto. Ruas cheias, cheias de gente às compras, as montras mais bonitas que alguma vez vi, coros nos “front yards” das igrejas, natal por todo o lado. Entrar e sair das lojas contente, saquinhos na mão, todos os presentes que eu pudesse levar para os meus, para casa. Faltava 1 mês. As saudades já não cabiam no peito, mesmo que custasse voltar, mesmo que custasse muito deixar aquele ano para trás. E eu ali no meio da rua, sozinha, a pensar em tudo isto, quando começa a nevar. Parecia que estava dentro de um filme. Para mim, AQUILO é que era a América! Foi tanta a emoção e tanta a alegria, eu precisava de partilhar. Então fui a uma cabine telefónica, liguei para casa e gritei: – Mãe, está a nevar.

[da playlist “músicas para viajar no lugar” que estou a fazer no spotify]

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