[a viagem à Costa Rica] dia 8


Às 8 e meia da manhã já estávamos na praia. É grande, é selvagem, é bonita e está quase vazia. Parece saída do filme Cast Away. No caminho que fazemos a pé, cruzo com umas miúdas de prancha na mão, cabelos molhados, corpos bem definidos, ar super saudável. Impossível não reparar no contraste entre elas e eu, que estou branca, flácida, ainda que com uns bons quilos a menos. Penso que tenho mesmo de fazer um esforço e que quando chegar devo aceitar o desafio da J. para me juntar a ela no ginásio à hora do almoço. Não é só pelos quilos, é mesmo pela firmeza. E pela auto-estima também. Se ela puxar por mim, eu até vou.

Já disse isto antes, mas é uma ideia que me vem recorrentemente à cabeça por isso repito: a vida aqui corre a outro ritmo. O sol nasce muito cedo e tudo desperta à hora em que Portugal seria de madrugada. Entretanto já são 11 da manhã e a praia continua igualmente vazia. A Constança acusa fome, damos-lhe um boião de fruta. Está um rapaz ao nosso lado a meditar. Passa uma família de cavalo com um local que parece ser guia turístico. À falta dos baldes e das pás que a Constança ainda não tem, invento brincadeiras com paus, conchas, pedras e um coco seco a que ela chama de bola. Vemos um búzio a andar com a casa as costas [eu nunca tinha visto]. Mas o que ela gosta mesmo é do mar. Se a deixarmos, vai sozinha, não tem medo, atira-se às ondinhas que lhe dão pelo peito. Não me surpreende. [respiro fundo] Está-se mesmo bem.


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