Até custa a acreditar que já passaram quase dois meses desde o dia em que a Camila se juntou à nossa família. Tem sido uma viagem tão emocionante, tão exigente e ao mesmo tempo tão boa. É incrível como, de um dia para o outro, todos [sem exceção] encontrámos espaço em casa, nas nossas vidas e nos nossos corações para acolher e amar esta bebé com todas as nossas forças, tal como amamos a Constança.
São muito diferentes, as duas. Fisicamente, é notório. A Constança é toda pai e avó paterna. Só a boca tem o meu formato mas até a dimensão é igual à do Bernardo: grande. Já a Camila dizem ser parecida comigo e sair ao lado da família do meu pai. É curioso. Nas fotografias quando eu era bebé não vejo qualquer aproximação e ao mesmo tempo toda eu sou filha da minha mãe, tanto em feições como em [mau] feitio.
Diferente também está a ser a adaptação da Camila à vida fora do útero, ao mundo e a tudo o que a rodeia. Agora percebo que com a Constança foi tudo tão invulgarmente calmo e fácil: zero cólicas, zero choros desenfreados, zero noites em claro, uma paz. A Constança é e sempre foi uma criança dócil, às vezes até chega a ser ingénua.
A Camila… não sei não… mas cheira-me que não veio para me facilitar a vida. Talvez estivesse mal habituada com a Constança, talvez seja verdade que os segundos são mais difíceis que os primeiros ou até pode ser do contexto, mas esta menina chora e chora bem. Passar de 1 para 2 filhos não é mesmo pêra doce.
A Constança adora-a. Chega a casa e corre para a irmã. Faz-lhe festas, dá-lhe beijos, cheira-lhe o cabelo. Oferece-lhe a chupeta, tira-lhe a chupeta, troca as chupetas. Pega-lhe na mão, abana-a muito e canta-lhe as músicas que aprendeu no colégio. Chama-a de “Camiua”, “Camiuinha”, e quando a vê chorar diz “já passou, já passou”.
Às vezes apanho-a pendurada no berço a contar-lhe qualquer coisa da prima Teresinha, da Berta ou do Ruca e a entregar-lhe os bonecos, cheia de recomendações. É tão expressiva e ternurenta a falar com a irmã que chega a comover-me vê-la a ser assim, tão carinhosa e protetora com um ser ainda mais pequeno do que ela.
Páro e observo-nos: estamos as três a aprender. Eu a ser mãe de duas, a Camila a compreender o lugar onde acabou de chegar, a Constança a lidar com todas as mudanças que aplicámos na sua vida. Não é fácil para todas nós e principalmente para ela, que deixou de ser filha única e vê o pai no skype. Num espaço de minutos, vejo-a lidar com a sua própria raiva, frustração e alegria e pouco posso fazer para a ajudar. Apenas estabelecer alguns limites e fazê-la sentir que é normal, que será sempre amada, e que está tudo bem.
Constança com 2 anos e 4 meses * Camila com 1 mês e 1 semana
[fotografia por Daniela Sousa]
A Mustela presenteou a Camila e a Constança com um kit de produtos que nós temos vindo a experimentar. Estes dias a casa foi invadida por um cheirinho bom e familiar. Vim depois a confirmar que no nosso tempo de bebés era esta a marca que a minha e todas as outras mães compravam. Eu usava outra marca na Constança mas agora fiquei igualmente fã da Mustela, a especialista da pele dos bebés e das futuras mamãs há mais de 60 anos.
4 comentários a “Camila, Constança e ser mãe de duas”
Obrigada Ana. Vou ver se encontro no ECI.
Olá Ana,
Gostaria de lhe perguntar onde adquiriu o trocador?com a banheira. É exatamente o que ando à procura e não há meio de encontrar.. Obrigada! Muitas felicidades !
olá Liliana, é da marca Trama e comprei em Braga na loja Mimo Natura. penso que há no El Corte Ingles mas não tenho a certeza…
Parece que estou a ler-me a mim mesma, tenho duas filhas com 8 anos e 8 meses e a minha experiência está a ser muito semelhante ao que descreve. Achei que era sabedoria minha uma filhota tão calma e pacífica, compreensiva e empática…também eu a acho ingénua e temo pelo seu coração frágil. A mais nova desde os primeiros dias se revelou diferente, com uma personalidade mais reivindicativa (vamos-lhe chamar assim 🙂 ) O que me impressionou foi a capacidade de a amar tão profundamente e em tão pouco tempo, inicialmente temia não ser tão imediato mas foi e é um sentimento abençoado 🙂