Tenho uma borboleta na barriga. Que de quando em vez me presenteia com o seu sinal de vida. Não é um pontapé ainda, nem sequer uma reação ao toque; é uma espécie de borbulhar interno, umas cócegas, uma batidinha leve na parede do estômago. É sempre de repente, quando menos espero, claro, e raramente repete a gracinha tão breve quanto eu gostaria.
É uma borboleta pequenina mas já tão importante, tão capaz de mover o meu mundo e o meu fundo que até eu me surpreendo comigo própria. Têm sido uns meses… inolvidáveis. Só dá para saber passando por isto mesmo.
Então ontem foi dia da ecografia das 22 de semanas. E quando eu hoje descrevia, em jeito de conversa de raparigas, o que a pequenina Constança, com 25cm e apenas 400gr de peso, nos tinha dado a ver, uma colega disse prontamente: “não estava nada a mastigar, estava a mandar-te beijinhos”. E eu sorri pois achei uma expressão tão bonita, tão perfeita para o momento, que até me emocionei. Diz que é normal nas grávidas. Eu sei que é normal em mim.