Nos dias em que nos apetece fugir um bocadinho daqui, o primeiro destino que nos vem à cabeça é a Galiza. É perto, é rápido e é outro país! Foi o que fizemos nos feriados de Junho: primeiro Corunha [um post sobre esse dia aqui], depois Vigo. Em menos de uma hora já estava a ler tabuletas em espanhol e a suspirar de satisfação. Porque além de me fazer recordar o prazer de viajar, ir a Vigo é sempre um regresso à infância e a um lugar onde já fui muito feliz.
Depois do almoço, o nosso destino era a Calle del Príncipe. Procurava inspiração, referências, novidades e umas quantas coisas para a Constança, difíceis de encontrar em Portugal. Atalhámos por uma perpendicular e entre duas montras, na soleira da porta de um prédio cuidadosamente restaurado, esbarramos com uma tabuleta que dizia: VM17 Pop Up & Coworking. Soou-nos bem. Subimos. A porta [uma grande porta de madeira antiga] estava fechada. Tocámos à campainha e apareceu a Belén, de braços abertos e sorriso franco. Surpreendeu-nos. E entrámos.
Há muito que não entrava num lugar assim. Uma casa linda, num edifício do século XIX em estilo art decó, em pleno centro da cidade. Para a direita, o apartamento divide-se em salas de trabalho, um atelier e uma sala open space. Para a esquerda, uma cozinha moderna, aberta para o resto da casa, e duas zonas que se podem alugar para realizar eventos e atividades como pop-up stores [lojas temporárias], showrooms ou workshops. O melhor de tudo: o terraço e o seu jardim de inverno, uma espécie de estufa toda em vidro e em ferro trabalhado, impressionante.
Ficámos maravilhados. Com a casa, com o conceito, com o ambiente e rapidamente encontrámos razões para ficar ali um bom bocado: a Constança adormeceu no carrinho, o Bernardo entregou o cabelo às mãos do Guy e eu agarrei num chá, nesta revista bonita e sentei-me à conversa com a Belén.
Contava-me ela que, no VM17, acreditam em duas formas de trabalhar: coworking, uma forma de partilhar um espaço e um contexto que pressupõe a criação de uma rede colaborativa pelos próprios intervenientes; e pop-ups, uma aposta em eventos efémeros e exclusivos, que permitem aos empreendedores tomar o pulso ao mercado de uma forma exequível, sem uma enormidade de custos e, portanto, muito atrativa. A juntar a tudo isto, um ambiente de trabalho estimulante, que acredita nos sonhos e, acima de tudo, nas pessoas – as pessoas querem partilhar esta experiência e esta forma de trabalhar com prazer.
Saí da lá renovada. Inspirou-me a casa bonita, os projetos que nela habitam, as pessoas que, ao longo daquelas 3 horas, vi entrar e sair, a fibra da Belén, mulher interessante, vivida e cheia de energia. Trocámos contactos e uma ideia. Quem sabe? Se espaços deste tipo vão ganhando adeptos nas capitais europeias, a maior parte das cidades pequenas ainda permanecem alheias ao seu encanto e utilidade.
Um comentário a “[um dia trabalho num lugar assim] vm17 pop up & coworking”
Obrigada por partilhar estas imagens maravilhosas*