6 meses


Babyshower_preview05Está a fazer 6 meses. 6 meses que ele foi para a Suíça e que eu fiquei cá com a Constança, grávida da Camila, a preparar o nosso futuro e o da Ma Petite Princesse. Fizemos um plano e assumimos que este sacrifício valia a pena em benefício de um bem maior, tanto para a nossa família de [quase] 4 como para o nosso projeto do coração. O plano está em curso, o ano está quase a acabar e a Camila quase a nascer, o que significa que a nossa mudança para um novo país, uma nova casa e uma vida com novas rotinas também está para breve.
Não estou arrependida, mas 6 meses depois, posso dizer que não há dias propriamente fáceis. Há sim dias menos difíceis, graças aos três avós da Constança e ao resto da família que me rodeia: a minha mãe, a minha irmã, o avô Manel, a avó Joana e a prima Carolina, a única babysitter que a Constança conhece, têm sido o meu maior apoio. É graças à ajuda deles, preciosa, impagável e que faz de mim uma privilegiada, eu sei, que eu me vou organizando e conseguindo dar conta do recado.
Porque o ritmo da Ma Petite Princesse está uma loucura. São dias e dias intensos, fisicamente esgotantes ainda que muito, muitíssimo, gratificantes. Este fim-de-semana foi o grande Mercadito da Carlota em Lisboa. Uns dias antes, uma ida à TVI e a produção do segundo lookbook desta coleção. Nos entretantos, duas festas: o babyshower da Camila em Fão, os 2 anos da Constança cá em casa. Tenho andado, claro está, exausta, sonolenta e, para piorar, com tosse e constipada. Não tenho tido muito tempo para a casa nem para mim. Houve um dia que até me deitei às 8 e meia da noite.
E depois as saudades. Nossas dele e dele nossas. É difícil gerir as saudades e lidar com o desencontro dos dias, em que ele está por sua conta e eu tenho afazeres a mais do que a conta. Ando a precisar urgentemente de sair, me divertir, espairecer, fazer programas de amigas ou de namorados. Tenho uma agenda colada a testa e, confesso, há momentos em que perco um bocado o norte. Foge-me a paciência com a Constança, irrito-me com “boa vida” dele, enfim… há que respirar fundo. E lembrar-me que estou grávida, logo numa montanha russa hormonal.
Já passaram 6 meses. 6 meses de mãe a solo e de pai longe. De gravidez sem a mão dele na minha barriga, sem o beijo de boa noite e o calor do corpo na mesma cama. É duro. Por isso, decidimos que depois de amanhã vamos apanhar o avião e passar 4 dias juntos na casa de Basileia, aquela que fica na margem direita do rio. O médico deixa e as meninas vão ter com o pai. Estamos a precisar todos de descansar, fazer uma pausa, desligar um bocado. Preparar a chegada da Camila. Passar tempo em família. Passear. Quem sabe se até não neva.
[sneak peak do babyshower da Camila, fotografado pela Carina Oliveira, há umas semanas atrás]

4 comentários a “6 meses”

  1. Oh minha querida, sei bem o que isso é! Estive nessa situação 2 horríveis anos, com a agravante que se nos separavam 8 horas de voo.
    No meu caso, não resultou, foi uma péssima ideia ele ir trabalhar para fora, nada lucramos.
    Chegamos à conclusão de que quando um for, a família (pai ou mãe, filho) também vai. Nunca mais nos vamos separar.
    Boa sorte e muita força!

  2. Gosto muito do teu blog. Gosto de te ir recordando nos contornos gráficos, nos textos, nas imagens, nos significantes, mas sobretudo nos significados. Gosto como sempre pões tudo o que és em tudo o que fazes. Gosto do teu estilo clean de escrever, de não precisarmos de usar desmaquilhante de palavras para te ler. O que sentes é o que lemos e o que lemos é o que sentimos – sobre a vida quando é lavada com água fresca e cheira a linho branco, a flores do campo e a gargalhadas de crianças felizes. Beijinho para ti e para a tua bonita família! Cris

  3. Olá, sei bastante bem o que sente, tenho o meu marido fora também, as saudades são muitas, acho que tomaram a decisão certa, às vezes o coração tem de vir em primeiro lugar em vez da razão. Beijinhos e muitas felicidades

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