aceitar [com coragem]


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Estou semi-deitada na cama, a ler e a escrever. A barriga está enorme. Tenho o que devem ser os pés da minha filha praticamente nos meus seios. Não estou totalmente desconfortável mas também não é a posição perfeita. Mal consigo respirar e a digestão do jantar prevê-se lenta. Comi bastante mas saudável: sopa, robalo do mar assado no forno, batatinhas, legumes cozidos, fruta e queijo do que eu mais gosto. Mimos dos tios, sabem tão bem.

 

Pena a Constança estar mais birrenta que nunca. Tinha muito apetite, mas muito mimo e sono também. Ainda mostra sinais de ressaca do fim-de-semana e eu penso que devia passar o resto das noites com ela em casa, só as duas, tranquilamente. Mas amanhã não dá, quinta também não, vai ser a partir de sexta. O próximo fim-de-semana é nosso. E eu vou aproveitar as horas das sestas para fazer a mala da maternidade e organizar mais umas coisas para a Camila.

 

Porque estes dias tem sido impossível fazer qualquer coisa em casa. Não que a casa esteja caótica, felizmente tenho umas horas diárias de ajuda doméstica, mas o frigorífico está vazio e há coisas, roupas e papéis acumulados nas mesas da sala. Preciso de um serão para meter tudo em ordem mas não há noite que o consiga fazer. O boost de energia do 2º trimestre desvaneceu-se e deu lugar a um cansaço de fim de dia que não tenho tido força para combater. Só me apetece estar deitada e quieta.

 

No trabalho, muito feliz [e grata] com o sucesso na coleção e alguns progressos relativamente ao estado das coisas. Tomei as rédeas à situação e deixei de me sentir perdida num oceano, a tentar não naufragar. Mas a lista, essa, não há maneira de diminuir. Há sempre tanto que fica por fazer [e-mails, posts, contas, análises, reflexões, pesquisa, contactos, etc. etc.] e a verdade é que eu ainda não aprendi a aceitar nem a viver [ou a dormir] bem com o facto.

 

Isto leva-me a admitir, hoje e aqui, que este é talvez o meu desafio maior, mais profundo e mais pessoal: eu, que sempre prosperei na produtividade e na perfeição, preciso de aceitar que a realidade mudou e que nunca, provavelmente nunca, vou chegar ao fundo da minha lista de pendentes. É um dilema, uma luta interior que eu travo comigo própria e que ainda não está ganha mas, eu sei… eu sei que no dia em que eu chegar ao lugar da aceitação, então, provavelmente, será tudo incrivelmente mais fácil, um novo começo.

 

[imagem via The Fresh Exchange]


3 comentários a “aceitar [com coragem]”

  1. Esqueci-me de comentar o novo look do blog; Muito suave e delicado, está delicioso! Desde a escolha da paleta de cores, ao tipo de fonte e arranjo gráfico. LINDO! Está intuitivo e de fácil consulta.
    Beijo
    J

  2. Olá, como estás? Continuo diariamente a acompanhar os teus posts e as partilhas. Vi-te há umas semanas atrás no Goucha 🙂
    Adorei ver-te! Estiveste muito bem e a colecção é linda! Parabéns!
    Passar por tudo isto… todas estas mudanças e alterações, conquistas e dias menos bons em que só queremos aquele apoio e o abraço que está longe…
    Só queria dizer-te que tenho muito orgulho e respeito por ti! És uma mulher de “garra”! És uma inspiração! Uma MULHER com uma força incrível e capaz de ultrapassar tudo aquilo a que se propuser! A tua força interior é imensa, com um potencial extraordinário e tu vais superando desafios e tendo conquistas. E sim! Tudo vai correr bem!
    Dia Feliz! Grande beijo!
    J

  3. Querida Ana,
    No sábado fui a Braga. Passei por ti no mercadinho do bebé e não tive coragem de te dizer um olá, parabéns, força, és brilhante, não desista. Sou tímida. Mas prometo ir ter contigo no Mercadinho da Carlota. Não só para comprar umas roupinhas para a Sofia que viver dentro de mim há 6 meses, como para te dizer que sim, o caminho que estás a seguir é de louvar. E para te dar força para que nunca desistas dos teus sonhos 🙂
    Um beijinho!

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