ter um blog também é bom por isto


[ainda sobre amamentar]
[…] O seu relato, fez-me voltar atrás! Pensava eu, durante a minha segunda gravidez que ia dar 10 a 0. Afinal já era uma segunda vez e já sabia como era. Mas enganei-me. Tanto na minha primeira filha, como na segunda, existiram momentos de desespero com a amamentação. Havia alturas que choravam elas, chorava eu, e às vezes ambas. Muitas vezes sentia que não estava e não conseguia fazer mais e melhor. Mas porquê? Sentia-me tão impotente e também insegura! Mas acabei por perceber que, assim, não usufruía o melhor que a maternidade me estava a dar, a dádiva de ter um filho nos braços. Um dia de cada vez, com muito amor e conseguimos ir ultrapassando com calma todas as situações que vão surgindo. Ser mãe é não só dar o nosso melhor, mas reconhecer que temos limitações, que não somos perfeitas, e que…não faz mal, não faz mesmo mal! […]
Aproveito para dizer obrigada por tantas mensagens bonitas aqui no blog e no facebook em resposta ao post em que falei da amamentação da Camila. Eu sei que muito provavelmente conseguiria reverter esta situação se a amamentação fosse a única prioridade dos meus dias. Que nada disto se estaria a passar se o contexto fosse outro: se não estivesse a trabalhar desde o seu 9º dia de vida, se o pai das miúdas não estivesse fora, se ela fosse filha única, se não fosse inverno, sei lá… Mas a realidade é esta e, como diz o outro, não se pode ir a todas. As minhas [nossas] escolhas até podem ser questionáveis, eu própria as questiono muitas vezes, mas por agora não poderão ser muito diferentes… Entretanto, a Camila passou o seu primeiro fim-de-semana fora e mesmo assim ainda vai mamando um bocadinho. Gosto de pensar que a maminha é uma espécie de couvert da sua refeição principal. E está tudo bem.
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2 comentários a “ter um blog também é bom por isto”

  1. Ana,

    tenho uma bebé que fez agora um ano. Quando ela nasceu (pequenina), queria muito apenas amamentar. Mas ela não crescia o que devia e tivemos que lhe começar a dar suplemento. Senti-me a pior das mães. A sério. Dava uma vez maminha e outra suplemento, mas do que ela realmente gostava era da maminha. Entretanto foi crescendo e de repente já não era necessário o suplemento. Hoje ainda mama 🙂 Ela gosta e eu adoro.
    Não se culpe, como eu o fiz. O que interessa é que a bebé cresça bem e se alimente. Se conseguir dar-lhe o mimo e o conforto da maminha, muito bem. Se não conseguir, muito bem na mesma. A Ana será sempre a MELHOR Mãe para a sua bebé. E ela sabe 🙂

    Beijinhos

  2. Só um dado histórico – para aliviar sofrimentos inúteis – amamentar é natural (óbvio) – como nascer, mas tal como morreram sempre muitas mães e bebés durante/após o parto, criou-se um mito (pós?)moderno em torno da amamentação – desde que temos registo histórico sabemos que existiram amas de leite, que não eram só para príncipes e princesas, mas também para outros bebés cujas mães não tinham bom leite – por isso nas aldeias existiam entre pessoas absolutamente simples – os irmãos de leite – crianças que tinham partilhado a mesma ama de leite. Por algum estranho motivo – provavelmente reagindo aos excessos dos anos 60/70 – do “tudo a biberon” – hoje, a questão do leite materno – tratada com uma ignorância histórica de registar – serve para torturar mães e bebés – que choram umas e passam fome outros, até que lhes autorizem um suplemento como se fosse um crime.(falo também por experiência própria).É tão absurdo condenar o leite artificial como condenar outros procedimentos que interferem com a “Natureza” – como por ex. cesarianas que salvam mães e filhos.
    P.S. o seu blog é o mais querido de todos, mas faz chorar… 🙂

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