isto é amor


Ele gosta de adormecer no sofá. De cobrir-se de mantas, desarrumar as almofadas, espalhar sapatos e comandos pelo chão. Não veste o pijama, resiste em ir para cama, e depois passa à frente da casa de banho, com um olho meio aberto e outro meio fechado.

Eu não. Eu não sou uma pessoa de sofá. Tenho bichos carpinteiros e ando pela casa a por isto e aquilo no lugar [tudo chama por mim!]. Ou então sento-me ao computador e canso o cérebro até ser hora de ir para cama.

Temos tanto de diferente como de semelhante. Tanto em comum como de individual. E por vezes é difícil, é duro, é exasperante, para os dois lados. Muitas batalhas ganhas, muitas batalhas perdidas. Erramos, pedimos desculpa, perdoamos, damos segundas, terceiras, as oportunidades que forem precisas, rimos, choramos [eu choro], e depois… tudo passa.

Agora ele dorme no sofá e eu estou aqui. Olho-o, vou lá acordá-lo devagarinho, levo-o para a cama e sinto um quentinho no coração. Eu sei: isto é amor.


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