Falar aqui sobre o batizado da Constança. Porque o blog também é o nosso livro de memórias, o diário das nossas vidas, onde registo momentos, imagens e emoções.
[a dúvida]
Batizar ou não batizar era a questão.
Eu sou católica, ele não. Cresci a ir à missa ao domingo. Em casa, falava-se de céu, do jesus e do menino jesus. Antes de ir dormir, rezávamos ao anjo da guarda, numa versão livremente adaptada pelo meu pai para que coubéssemos todos, os cinco, no último verso. Até a uma certa idade, fui à catequese. Gostava da catequista, lia os livrinhos à noite. Mas depois veio outra catequista, começaram as aulas de ciências e eu fiquei confusa. Cheguei a casa e expus as contradições. Foi aí que aprendi a palavra “metáfora”. Sosseguei e passei a conciliar a razão com a religião até aos dias de hoje.
Para ele houve sempre um certo distanciamento destes assuntos. Não total, mas bastante; o suficiente para terem sido raras as vezes que entrou numa igreja. Questiona muita coisa, muitas vezes bem. Viveu um ano na Índia e veio de lá com a maior convicção: em matéria de religião, não há uma só verdade.
Não posso deixar de concordar. Então decidimos pedir conselho. Marcámos uma entrevista e fomos falar com o padre S. Podia ter sido estranho, desconfortável, mas não foi. Podia ter levantado inúmeros problemas [nós não somos casados e só eu é que sou batizada] ou ter aproveitado a situação para nos dar [literalmente] um sermão, mas não o fez. Conversámos muito, de igual para igual, somos pessoas do mesmo tempo. No fim, disse-nos exactamente aquilo que precisávamos de ouvir: “O maior ensinamento da igreja católica é o amor e, esse, já o praticam dentro da vossa casa. Tudo o resto vem depois.”
3 comentários a “[o batizado da Constança] começar pelo início”
Que padre maravilhoso!
O “meu” padre é o padre C. dos Jesuítas. É um grande homem que, sem julgar, nos ajuda e orienta quando precisamos
Uma boa conversa! Bj
Bonita essa conversa. Bonitas as palavras. E acertadas. 🙂
THE GLITTER SIDE