Ontem passei o dia inteirinho com ela em casa. A febre da noite e da madrugada, ainda que não muito alta, assustou-me. Nunca a tinha visto assim: tremia de frio, chorava de desconforto, nada a consolava. Só se calou quando a peguei ao colo e me meti na cama com ela, abraçando-a, aquecendo, apertando-a no meu peito. Até que adormeceu. Duas horas depois, acordou como nova. Bem disposta, ria à gargalhada cada vez que eu ameaçava ir atrás dela pela casa fora. Comeu bem [come sempre] e fartou-se de brincar. Algures no dia, dei por mim parada, só a observá-la. E vi-a crescer.

Sentada no tapete, agora fala sozinha. Murmura coisas, liberta sons guturais incompreensíveis. Diz “mamã” e “papá” a toda a hora, mas ainda não parece chamar por nós. E depois “aiaiaiaiaiai” e outra coisa que parece “olá” mas não tenho a certeza ser. Abana o corpo ao som do baby tv. Se até há um mês atrás não gostava, agora já se põe muitas vezes de pé, apoiada ao armário da televisão. Fica ali uns bons minutos, mas depois quer sair e como tem medo choraminga para que alguém a tire dali. Gatinha por todo o lado, numa saudável convivência com as esquinas, os aquecedores, a loiça que está dentro do armário do corredor e os objetos que não são dela. E eu, em vez de usar, repetidamente, a palavra “não”, vou alternado com “isto não é da Constança” ou “isto não é para mexer”, para ver se ela vai entendendo os limítrofes do seu espaço na nossa casa. Sou a favor de manter [protegendo devidamente arestas e tomadas] as coisas no seu lugar e evito transformar [definitivamente] a casa num parque infantil. Esta, a nossa, é uma família de 1+1+1 e parece-me que assim é o mais equilibrado. A Constança tem 13 meses e eu vou revisitando as fotos que tirei em Agosto, na nossa viagem à Grécia.