Cheguei a casa pelas 6. Tratei dos banhos, dos cremes e dos pijamas com calma. Dei o jantar e no fim aceitei vir até à sala, com paciência e tempo, disponível para estar. Eu agarrei no catálogo da Area e ela pediu o Ruca, que foi vendo sem grande atenção. Depois surpreendeu-me: quis brincar com a Camila. Levantou a minha camisola, baixou as minhas calças de algodão e trouxe, um a um, os brinquedos que escolheu para apresentar à mana: um carrinho, dois livrinhos e um boneco. Com os objetos pousados na minha barriga, foi dizendo coisas como “cuidado, Camiua, cuidado” e “é da Contanta, a Contanta empresta”, como se já estivesse a avisar a irmã mais nova que quem manda aqui é ela. Às 8h20 acusou sono, pediu uma história e puxou-me pela mão. “Da cama da mamã”, disse. Assenti. Li o livro devagar. Levei-a para a cama dela e deitei-a sem qualquer resistência. Às 8h30 já dormia. E o meu dia, uma sexta-feira de trabalho fora do atelier que até correu mesmo bem, terminou ainda melhor. Esta filha que eu tenho é maravilhosa [não são todos?] e hoje deu-me uma grande lição, que não é mais do que isto: eu devia chegar mais vezes cedo a casa. É que faz toda a diferença.
PS – Está a fazer 1 ano que desafiei a Catarina a espalhar “o melhor do meu dia” por quem nos lê. Sei que não tenho muito assídua no assunto mas nem por isso esqueci a sua importância e razão. No final do dia, antes de fechar os olhos e ceder ao cansaço, fazer o exercício de escolher [e escrever] o melhor do nosso dia. Fazermos as pazes com o que correu mal, aceitarmos as respostas que ainda precisam de tempo, acalmarmos os medos e as angústias e guardarmos apenas o melhor. Não deixem de se juntar a nós [com o vosso blog, instagram, facebook ou um caderno bonito] neste desafio que pode ser diário, semanal ou sem regra nenhuma.