Três dias em Lisboa e três dias no Alentejo que foram a melhor medicação que eu podia tomar. 1 semana de férias como eu há muito precisava. Os quatro, sem distrações nem grandes coisas para fazer, prioridade na família, algum trabalho quando todos dormiam, um pouco de tempo para pensar.
Nos primeiros três, servimos praia de dia e amigos ao jantar. É tão bom ir, de tempos a tempos, suavizar a falta que me fazem e aconchegar-me nas suas casas. É bom matar saudades. Mas melhor ainda é saber que me é permitido tê-las; é sinal de que tenho amigos e uma boa história com eles.
Meco, Ericeira e Comporta. Aos poucos, fui regressando a mim. Há quanto tempo isto não acontecia… Regressei pelo sol e pela comida, pelas pessoas e pelos cheiros. O Meco tão perto de Lisboa e assim que se passa a ponte já cheira a sul. Almoçámos em cima da areia ameijoas, salada de polvo, camarões e lulas grelhadas. Podíamos viver disto. E de vinho branco fresquinho.
Depois, três dias de descanso na herdade. Camila com direito a duas sestas, Constança em delírio com a piscina. Pequenos-almoços generosos. Música, livros, revistas, objetos bonitos, arte por todo lado. Almofadões, camas e sofás a pedir-me para ficar. Não cedi tanto quanto gostaria, não desliguei tanto quanto devia, não pude, mas colhi fruta das árvores, coisa que eu, menina da cidade, há muito não fazia.
Soube a muito pouco. Precisávamos todos de mais. Mas ao menos fiquei com a esperança de que a maioria dos desequilíbrios, meus, nossos, das nossas filhas, se possam resolver com o tempo. Um fim-de-semana não chega, antes pelo contrário, até destabiliza; uma semana também não, quando a coisa começa a entrar nos eixos já estamos nas despedidas outra vez. Precisamos de mais tempo. Mais tempo juntos. Está para breve.